O arquipélago de Fernando de Noronha fica a 445 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte, e a 545 quilômetros de Recife, capital de Pernambuco - de onde saem vôos diários para a ilha principal, que dá nome ao conjunto. Os mais de cem turistas que desembarcam diariamente no local dividem seus dias entre várias atividades: caminhadas, curtas ou longas; subida aos mirantes; banhos em praias de acesso fácil ou difícil; mergulhos com equipamentos; mergulho de reboque, em pranchas puxadas por lanchas; e passeios de barco, bugue ou a cavalo.
Não custa programar as coisas com antecedência e reservar um bom tempo também para descansar no paraíso.Quem escolhe um destino especial como este tem a chance de mergulhar em outras esferas do conhecimento, as da biologia e geologia, graças aos estímulos visuais e táteis que o ecossistema oferece. Ter a sorte de estar por lá quando os bebês de tartarugas deixam o ninho e se jogam no mar, sem colete salva-vidas, ajuda qualquer um a refazer os seus conceitos de coragem. A visão de centenas de golfinhos descansando, brincando e girando sobre o próprio eixo - vem daí o nome golfinho-rotador - é uma das lembranças mais alegres que alguém pode levar de uma viagem pelo litoral brasileiro e é comum em Noronha. Pesquisadores fazem plantão na Baía dos Golfinhos fornecendo binóculos e respostas para perguntas sobre o comportamento do mundo animal. Poucos lugares do mundo recompensam tão bem o esforço de madrugar e subir a montanha junto com o nascer do sol.
O arquipélago tem 21 ilhas. A maior delas e única habitada, a de Fernando de Noronha, tem um parque nacional marinho que toma 85% de seu território e é patrimônio natural da humanidade. Leis federais controlam os deslocamentos e cobram taxas diárias pela permanência de turistas entre os pouco mais de 2.000 habitantes, de forma a preservar este santuário ecológico onde vivem mais de 250 espécies de peixes. Um exemplo do rigor: mergulhar na praia de Atalaia exige ingresso, determina os minutos e proíbe o uso de filtro solar, para a química não agredir a água cristalina e as criaturas marinhas. Fernando de Noronha é uma ilha do tipo oceânico, enquanto Ilhabela, em São Paulo, ou Itaparica, na Bahia, são ilhas costeiras, esparramadas sobre a plataforma da superfície continental, eventualmente ligadas ao continente no passado. As ilhas oceânicas são os cumes de grandes montanhas submarinas. Noronha nasceu de uma erupção vulcânica, longe da terra firme. Apesar do advento de modernidades como celulares, internet e ofurôs, quem passa dias ali ainda acalenta a sensação de estar perto da areia e das tartarugas, longe de tudo. Mesmo o trecho de asfalto é curto: 6,8 quilômetros.Na ilha, quase todos os caminhos levam ao mar. Turistas sedentários se dispõem a caminhar por horas, subindo trechos íngremes e descendo por escadas perigosas para ter a melhor visão e conhecer as mais bonitas das praias: do Sancho, dos Porcos, do Leão, todas destacadas em rankings nacionais.No mar está a lucrativa indústria do mergulho, diurna e noturna, a exibir todas as cores dos corais, arraias, tartarugas imensas e dóceis. No fundo daquelas águas azuis, até as lesmas são fotogênicas. HistóriaSegundo os registros históricos, o primeiro a dizer a frase "o paraíso é aqui", espécie de slogan da ilha, foi o navegador Américo Vespúcio, numa expedição com seis naus portuguesas em agosto de 1503, data da descoberta de Fernando de Noronha. A região protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) começou a surgir para o turismo de aventureiros no final dos anos 80, com a redemocratização do país. Nas décadas anteriores, abrigou um presídio político a partir de 1938 e foi território federal militar de 1942 até sua reintegração ao Estado de Pernambuco, em 1988, mesmo ano da criação do parque marinho. Quase 20 anos depois, os mochileiros se assustam com a escalada dos preços nas alturas do Morro Dois Irmãos, cartão-postal da ilha. Um passeio de barco de quatro horas custa o dobro de seu equivalente em Parati, por exemplo.
O arquipélago tem 21 ilhas. A maior delas e única habitada, a de Fernando de Noronha, tem um parque nacional marinho que toma 85% de seu território e é patrimônio natural da humanidade. Leis federais controlam os deslocamentos e cobram taxas diárias pela permanência de turistas entre os pouco mais de 2.000 habitantes, de forma a preservar este santuário ecológico onde vivem mais de 250 espécies de peixes. Um exemplo do rigor: mergulhar na praia de Atalaia exige ingresso, determina os minutos e proíbe o uso de filtro solar, para a química não agredir a água cristalina e as criaturas marinhas. Fernando de Noronha é uma ilha do tipo oceânico, enquanto Ilhabela, em São Paulo, ou Itaparica, na Bahia, são ilhas costeiras, esparramadas sobre a plataforma da superfície continental, eventualmente ligadas ao continente no passado. As ilhas oceânicas são os cumes de grandes montanhas submarinas. Noronha nasceu de uma erupção vulcânica, longe da terra firme. Apesar do advento de modernidades como celulares, internet e ofurôs, quem passa dias ali ainda acalenta a sensação de estar perto da areia e das tartarugas, longe de tudo. Mesmo o trecho de asfalto é curto: 6,8 quilômetros.Na ilha, quase todos os caminhos levam ao mar. Turistas sedentários se dispõem a caminhar por horas, subindo trechos íngremes e descendo por escadas perigosas para ter a melhor visão e conhecer as mais bonitas das praias: do Sancho, dos Porcos, do Leão, todas destacadas em rankings nacionais.No mar está a lucrativa indústria do mergulho, diurna e noturna, a exibir todas as cores dos corais, arraias, tartarugas imensas e dóceis. No fundo daquelas águas azuis, até as lesmas são fotogênicas. HistóriaSegundo os registros históricos, o primeiro a dizer a frase "o paraíso é aqui", espécie de slogan da ilha, foi o navegador Américo Vespúcio, numa expedição com seis naus portuguesas em agosto de 1503, data da descoberta de Fernando de Noronha. A região protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) começou a surgir para o turismo de aventureiros no final dos anos 80, com a redemocratização do país. Nas décadas anteriores, abrigou um presídio político a partir de 1938 e foi território federal militar de 1942 até sua reintegração ao Estado de Pernambuco, em 1988, mesmo ano da criação do parque marinho. Quase 20 anos depois, os mochileiros se assustam com a escalada dos preços nas alturas do Morro Dois Irmãos, cartão-postal da ilha. Um passeio de barco de quatro horas custa o dobro de seu equivalente em Parati, por exemplo.
Um curso rápido de mergulho requer o investimento de um pacote de sete noites em Recife, saindo de São Paulo, avião e hotel inclusos. Paga-se até para caminhar por algumas das trilhas, as que exigem guias. Pelo menos as sessões noturnas de vídeos e palestras no Centro de Visitantes ainda são gratuitas. Olhar para o céu também é grátis ali.Quando visitarNas praias do Mar de Dentro (voltado para o continente), as ondas são mais calmas de abril a novembro e mais agitadas de dezembro a março, o que influi na programação de surfistas e mergulhadores. O período de chuvas vai de fevereiro a abril.