segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Urbana, Ilha de Itamaracá conserva belezas naturais intocadas e forte holandês


Itamaracá é um destino de indicações simples. O melhor da gastronomia local se produz nas barracas ao longo das praias. Grupos de axé e pagode costumam se apresentar na ilha durante o verão, quando milhares de adolescentes também tomam conta da praça central da cidade. No Carnaval, os trios-elétricos invadem o lugar. Mas o grande ícone cultural da ilha ainda é a rainha da ciranda, dona Lia de Itamaracá. O Forte Orange, construção holandesa de 1631, guarda o registro das lutas entre portugueses e flamengos pela região que prosperava no plantio de açúcar e no escoamento de Pau-Brasil. Esverdeado, o mar que contorna a ilha tem sargaço. Já no grande banco de areia da Coroa do Avião, as águas são azuis e sem algas flutuantes. Na praia do Sossego, piscinas naturais proporcionam deliciosos banhos. A ilha abriga ainda o Centro de Preservação do Peixe-Boi Marinho, aberto para visitantes, que podem ver os dóceis bichos antes deles serem devolvidos ao seu habitat natural.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Las Vegas a Cidade do Pecado é marcada por cassinos luxuosos e casamentos de última hora


Localizada no meio do nada, no deserto de Clark County, no Estado de Nevada, Las Vegas gosta de tomar para si o título de "Capital Mundial do Entretenimento". Pretensões à parte, o rótulo não é à toa: diversão é o que não falta para quem passa por lá. Famosa por seus luxuosos cassinos e hotéis, a cidade possui várias opções de entretenimento a preços acessíveis para seus visitantes - tudo isso sem contar a possibilidade de se tirar a sorte grande e voltar para casa com dinheiro extra.Logo na chegada já se percebe que Las Vegas não é uma cidade como as outras. As salas de embarque e desembarque do McCarran International Airport, por exemplo, possuem as célebres máquinas de caça-níquel para os passageiros que aguardam seus voos. Las Vegas também recebeu o apropriado apelido de "Cidade do Pecado" por causa de suas infinitas tentações. Grande parte dos outdoors e propagandas é direcionada para serviços de acompanhantes, prostitutas ou clube de cavalheiros. Por toda a Las Vegas Boulevard - a principal avenida da cidade, mais conhecida como "The Strip" -, e em plena luz do dia, homens distribuem folhetos com fotos de garotas em poses provocantes. E é justamente na Strip em que se concentra toda a diversão: é lá que estão instalados todos os grandes hotéis e cassinos.
No começo da avenida estão o Luxor, Excalibur, Tropicana, New York New York e o MGM Grand. Depois, seguem o Monte Carlo, Paris, Bally's, Bellagio, Caesars Palace, Flamingo, Mirage e Wynn. Depois de todos estes está o Stratosphere, que marca o fim dos grandes hotéis e cassinos da Las Vegas Boulevard. Cada um desses estabelecimentos oferece diferentes pacotes para seus hóspedes, que podem conseguir excelentes preços caso fiquem na cidade de segunda-feira a quinta-feira, período em que as diárias dos hotéis dificilmente passam de US$ 100. Os serviços disponíveis variam desde spa até ingressos para os melhores espetáculos em cartaz na cidade - alguns deles com temporadas fixas em teatros dentro dos próprios hotéis. Dessa maneira, é possível assistir a um show do Cirque du Soleil sem ter de deixar o local onde você está hospedado. Aliás, é esse mesmo o objetivo dos hotéis: manter seus hóspedes e visitantes dentro de suas instalações o maior tempo possível. É importante escolher um bom hotel para relaxar, pois andar por Las Vegas não é tarefa fácil. O forte calor e ar seco dificultam a locomoção a pé dos turistas. No verão é comum ver os termômetros ultrapassarem os 40º C. Assim, os hotéis apostam no luxo para manter seus clientes ainda mais perto, satisfeitos e gastando mais. Tudo sem colocar o pé na rua.Prepare a mala com roupas leves e um porta-moedas: ele será fundamental na hora de chegar ao cassino. Afinal, quem sabe? Basta um pouco de sorte para que você se torne um milionário. Seja nas máquinas de caça-níquel, numa mesa de Black Jack ou arriscando tudo em uma mão de pôquer. Dados e roletas também podem ajudar qualquer um a sair de Las Vegas muito mais rico do que quando chegou.Só tome cuidado para não exagerar na comemoração e acordar com ressaca e casado, um dos clichês pelos quais Las Vegas é conhecida. Ao longo da Strip, e em muitos hotéis, o que não faltam são capelas que oferecem cerimônias-relâmpago para os mais apressados. A mais famosa delas, a Little White Wedding Chapel, é o destino de muitos casais, alguns sóbrios, outros não, que acabam casando sem saber ao certo como tudo ocorreu. Loucuras como essa são responsáveis pelo código de conduta mais repetido em todos os cantos da cidade: "O que acontece em Vegas, fica em Vegas".

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Menina-dos-olhos da Austrália, Sydney é vibrante, tem belas praias e um povo pra lá de hospitaleiro


Principal destino turístico da Austrália, Sydney é dinâmica, cosmopolita e elegante. A cidade mais famosa do país é também multicultural, carrega um quê de Europa, com uma pitada de Brasil e um pouco de Estados Unidos. Isso para citar apenas três influências. Não é à toa que a capital do Estado de New South Wales é um dos lugares que atrai mais imigrantes no mundo. Em Sydney, a vida ao ar livre é levada a sério. A cidade é conhecida por cultuar corpos sarados e bronzeados e por ser meca de surfistas. Nas 40 praias da baía perfeitamente recortada, turistas e sydneysiders, como são conhecidos os moradores de lá, disputam um espaço na areia e um lugar ao sol. Os pontos preferidos para se jogar ao mar são Bondi Beach e Manly, ao norte de Sydney, onde só é possível chegar de balsa, em uma travessia com uma vista de tirar o fôlego.
Saindo das praias, mas ainda na baía, o porto de Darling Harbour é o lugar onde ferve o agito turístico. É dali que se entra para o centro nervoso da cidade, o chamado Central Business District, ou CBD, onde uns poucos arranha-céus cortam largas avenidas. A região guarda os principais hotéis, restaurantes e bancos locais, além dos dois maiores cartões-postais da cidade, a Harbour Bridge e a Sydney Opera House. Passeios não faltam. Diversão e hospitalidade australianaNão é só de belezas naturais e construções grandiosas que vive a fama de Sydney. A cidade australiana tem um povo caloroso e uma atmosfera bastante amigável. Os sydneysiders são desencanados e quase sempre estão prontos para ajudar. A presença dos imigrantes, muitos deles brasileiros, também ajuda -não é difícil cruzar com alguém falando português pelas ruas de Bondi Beach, por exemplo. Para as horas de diversão e relaxamento, bares, baladas, pubs e restaurantes de todos os tipos e para todos os gostos fazem a cabeça dos viajantes. Entre as festas mais famosas de Sydney, está o Réveillon à beira da baía. Assim como no Rio de Janeiro, há uma enorme queima de fogos que costuma atrair milhões de moradores e turistas do mundo inteiro.Sydney é uma metrópole de muitas facetas, que nada deixa a dever as outras grandes cidades do mundo, como Nova York, Londres ou Paris. A distância é inegável, a cidade fica quase do outro lado do planeta, mas do que isso importa quando os encantos também são indiscutíveis?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apesar da onda de violência, turistas pagam para visitar favelas no Rio




Os "gringos", porém, não estão nem aí. Munidos de filmadoras e câmeras digitais, eles querem registrar algo que inexiste em seus países. A van de uma das empresas que organiza incursões por favelas do Rio os recolhe, em uma manhã ensolarada de domingo, na frente do Copacabana Palace. São europeus, norte-americanos e australianos. O destino do passeio? A comunidade da Rocinha. "Estamos indo a um lugar que muitos brasileiros consideram proibido", explica, em inglês, o guia Everaldo Costa, enquanto o veículo passa ao lado dos suntuosos edifícios da Gávea. "Alguns bairros da cidade têm padrões de vida com nível de primeiro mundo. Na Rocinha, a realidade é africana". A estrada serpenteia morro acima. Alguns metros antes do começo da favela, belas mansões ainda dominam o cenário. Mas a paisagem muda em segundos: "Agora estamos saindo do Canadá e entrando em Gana", compara Everaldo, quando a van cruza a fronteira entre dois mundos. Muitos moradores do bairro de São Conrado, vizinho da Rocinha, pagam o mais caro IPTU do Rio de Janeiro.



Na entrada da favela, uma montanha de lixo dá as boas-vindas aos turistas (dois caminhões coletores da prefeitura trabalham no local, mas parecem pequenos à sombra de tantos detritos). O mau cheiro avança para dentro do veículo. Todos descem em um lindo mirante que existe na Estrada da Gávea, já dentro da Rocinha. O Pão de Açúcar, o Corcovado e a lagoa Rodrigo de Freitas se unem em uma visão sublime, lá embaixo. O paisagista estadunidense Eric Papetti dá as costas à cidade maravilhosa e desenha, em seu caderno, as casas amontoadas umas sobre as outras que se estendem pelo morro. Dois moradores da favela, Reginaldo Teixeira e Adriano da Silva, tentam vender aos turistas, por R$ 35, pinturas de arte naïf, feitas por eles mesmos em pequenos quadros. Adriano, que tem apenas 17 anos, afirma lucrar com o "Favela Tour" até mil reais por mês. Reginaldo, por sua vez, diz que tal trabalho o mantém "afastado do crime". Nem tudo, porém, é bom agouro. O guia Everaldo Costa avisa, enfático: "Não tirem fotos de ninguém nem das vielas. Pode haver traficantes por ali", e chama a atenção de um dos turistas que insiste em apontar sua filmadora para todos os lados. Moto-taxistas (uma atividade não permitida no Rio de Janeiro, mas que funciona a pleno vapor dentro das favelas) cruzam alucinados, e sem capacete, as vias locais. Na vitrine de uma loja de caixões, um letreiro diz, tal qual uma promoção das Casas Bahia: "Funeral a partir de R$ 499". E pendurada em um poste cheio de ligações elétricas irregulares e dispositivos de internet banda-larga, uma placa informa: "Só Jesus livra do crack". A turista alemã Nina Gessner relata que já fez uma excursão parecida na Namíbia. Mas, mesmo assim, confessou que "sentiu-se culpada antes de fazer esse passeio no Rio". "Pensei que poderia parecer uma excursão ao zoológico, ficar observando a pobreza. Mas acho que é importante para conhecer o verdadeiro Brasil", opina ela. E a Rocinha, parte de um país famoso por seus contrastes, logo se transforma. O grupo entra na rua conhecida como Caminho do Boiadeiro, onde há uma animada e colorida feira dominical. Jovens anunciam CD's piratas e frutas de todos os tipos são vendidas a baixos preços. O aroma do lugar é doce, assim como o caldo da cana vendido a R$ 1,50 dentro de Kombis. Os turistas, perscrutados com curiosidade por alguns dos moradores, ficam interessados na barraca das jabuticabas. Ao fundo, dois violeiros tocam músicas nordestinas, odes ao Brasil e, é lógico, à Rocinha.


Verdade inconveniente x exploração da pobreza
O "Favela Tour" é um passeio requisitado. O fluminense Marcelo Armstrong, que se diz o precursor da atividade no país, conta que sua empresa atende, por mês, cerca de 900 turistas (cobra R$ 65 de cada um) e nega que a iniciativa explore a pobreza alheia: "Nosso objetivo é mostrar ao turista a realidade social do Brasil, que favela não é só violência". Segundo ele, parte do dinheiro arrecadado é repassado à ONG Para Ti, que dá educação a crianças e adolescentes da comunidade Vila Canoas. "Investimos R$ 46 mil na Para Ti em 2008". E continua: "Além do ganho financeiro, existe o benefício da mudança de imagem da favela, toca na auto-estima do morador". Mas o próprio Armstrong admite: "Quem faz a segurança dos turistas na favela não é a polícia, são os traficantes". Os estrangeiros querem saciar sua curiosidade sobre a miséria brasileira - e pagam para isso. E o "Favela Tour" não pode ser acusado de esconder as mazelas do país. Todas as explicações dadas aos visitantes são realistas: há a admissão de que o tráfico ocupa o lugar do poder público no controle das favelas do Rio (existem aproximadamente mil delas na cidade, onde vive 20% da população local), mas há a constatação de que apenas uma minoria desses moradores são bandidos. Trata-se de uma experiência verdadeira, sem dúvida. Só resta saber se os turistas voltarão para casa com um grande aprendizado ou com apenas um divertido filme de safári em mãos.

domingo, 8 de novembro de 2009

Sagrada para tantas religiões, Jerusalém tem um lado moderno e laico que pouca gente conhece


A cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas do mundo pode criar um efeito que já foi diagnosticado pela psiquiatria: a Síndrome de Jerusalém, que faz com que alguns visitantes subitamente passem a agir como se fossem reencarnações de São João Batista, por exemplo. Mas a grande maioria dos turistas tende a apenas ficar atônito diante da beleza de suas pedras douradas refletidas ao pôr do sol, da religiosidade e, por que não dizer, tensão política, que emanam de seus cerca de quatro mil anos de história.Há duas "Jerusaléns" dentro da cidade. A chamada "Cidade Velha", cujos limites são as muralhas e a "Cidade Nova", a parte de fora, que, no entanto, conta com alguns sítios históricos tão ou mais antigos que os compreendidos dentro da muralha. A Jerusalém da época do Rei David - hoje escavações que podem ser visitadas -, por exemplo, estão fora das muralhas. Alguns dos locais mais sagrados para o Cristianismo, como o Jardim das Oliveiras, também.Ocupando uma área de apenas um quilômetro quadrado, a Cidade Velha é dividida em quatro bairros - o Judaico, Muçulmano, Cristão e Armênio. No limite entre o quarteirão Judaico e o Muçulmano estão os lugares mais sagrados para cada um deles: o Muro das Lamentações e a Mesquita do Domo da Rocha, respectivamente. O local mais santo para o Cristianismo, a Via Sacra, com todas as suas estações, culminando no Santo Sepulcro, está espalhada entre os blocos Muçulmano e Cristão.


Todo esse caldeirão cultural torna a Cidade Velha uma verdadeira sopa de credos e costumes. Em vários pontos, a Via Sacra coincide com os souks - as ruas de comércio árabes --, de modo que cristãos de diversas linhas andam por entre lojinhas repletas de badulaques e cruzam com árabes, judeus ortodoxos e soldados israelenses carregando seus fuzis. Uma situação que pode parecer tensa, mas é só um dia normal no lugar mais peculiar do mundo.Uma cidade modernaClaro que visitar Jerusalém significa um mergulho no passado. Mas há também a parte moderna e laica dessa cidade de 700 mil habitantes - quase 10% da população do país - e que foi declarada capital em 1950. Principalmente no verão, os bares no centro da parte nova da cidade ficam cheios de jovens. E lugares como a Antiga Estação de Trem são boas pedidas para continuar a noite num país que é conhecido pelas baladas de música eletrônica. Nesse ponto, Jerusalém é bem menos animada que Tel Aviv, mas há onde sair.Outra coisa que você vai ter que fazer aqui é se embrenhar nos museus. Jerusalém tem alguns dos mais tecnológicos do mundo. O Yad Vashem ou Museu do Holocausto é muito triste, mas uma atração quase obrigatória. O Museu de Israel mostra um lado moderno e alto-astral do país. Aqui, até hospital pode virar atração turística. O Hadassah guarda as Janelas de Chagall, coleção de vitrais do artista russo. Jerusalém está bem no meio do país, o que a torna uma boa base para conhecer ao redor. A capital econômica do país, Tel Aviv, está a apenas uma hora em direção ao litoral. O Mar Morto fica a menos de duas horas. E Eilat, a cidade de veraneio às margens do Mar Vermelho, no extremo sul do país, pode ser alcançada a apenas quatro horas de automóvel.A uma altitude de 750 metros e com baixa umidade relativa do ar, mesmo no verão as noites de Jerusalém são frescas. No inverno - entre novembro e março - espere pegar um frio razoável, mas que dificilmente ultrapassa o zero grau. Mesmo assim, muita gente prefere visitar a cidade nesta época do ano, já que os preços de hotéis caem bastante. No alto verão - julho e agosto - tudo fica bastante tumultuado e caro. Fique atento também aos feriados religiosos judaicos, que, por seguirem o calendário lunar, mudam a cada ano. O site http://www.ou.org/ lista todos.